Vila Galé expande operação no Brasil com R$ 685 milhões em novos hotéis

Vila Galé expande operação no Brasil com R$ 685 milhões em novos hotéis
Publicado em 18/12/2024 às 13:08

A cerca de 30 quilômetros de Fortaleza, o Vila Galé Cumbuco é o resort mais conhecido na beira desta que é uma das praias mais belas do Ceará. O hotel opera no sistema all inclusive e tem 537 quartos, cinco restaurantes, três bares e uma imensa piscina, onde a algazarra ganha eco com atividades diárias dos monitores.

Porém, a apenas cinco minutos de carro, na extremidade da Praia de Cumbuco, acaba de nascer o irmão mais novo, o Vila Galé Collection Sunset Cumbuco. Com um investimento de R$ 80 milhões, o hotel de 116 acomodações marca a chegada da linha Collection da rede no Brasil.

A submarca foi criada em 2013 para diferenciar o primeiro hotel cinco estrelas da companhia em Portugal. A recuperação de um antigo palácio se transformou no Vila Galé Collection Palácio dos Arcos, entre Cascais e Lisboa, com apenas 76 quartos.

“O Collection, basicamente, é um conceito de hotéis menores, com localizações exclusivas e muitas delas abrangendo a recuperação de alguns edifícios antigos. São hotéis que não passam muito de 100 apartamentos”, explica Gonçalo Rebelo de Almeida, CEO do Vila Galé.

Novidade na Praia de Cumbuco


Vista aérea do Vila Galé Collection Sunset Cumbuco, no Ceará
Vista aérea do novo Vila Galé Collection Sunset Cumbuco, no Ceará • Divulgação/Vila Galé

Esparramado em dezenas de miniprédios, o Vila Galé Collection Sunset Cumbuco, além de quatro vezes menor que o irmão mais velho, não é all inclusive.

As diárias giram em torno de R$ 1.000 e incluem café da manhã, mas há escolha de meia pensão e de pensão completa. Atividades na piscina também estão previstas, mas com ânimos mais apaziguados em comparação com o megaresort – yoga e esportes aquáticos são mais a cara do lugar.

As famílias estão no alvo da operação da rede, mas aqui os casais e esportistas ganham espaço. “Vamos pegar também o público estrangeiro do kitesurf. Esta zona é uma das mais famosas do Brasil para a prática. O estrangeiro do kite nunca gostou muito da oferta all inclusive, pois ele passa muito tempo fora da propriedade e o conceito não se encaixa”, explica Gonçalo.

Quadros e papéis de parede remetem à música dos anos 1960 e fica a cabo do hóspede gostar ou não da decoração. Spa com piscina interna, clubinho molhado para as crianças, dois bares e dois restaurantes completam os espaços.

Cumbuco: dunas e lagoa

O trunfo da propriedade é a localização. Na ponta extrema do Cumbuco, o hotel fica em um dos pontos mais retirados e sossegados da praia, além de ser vizinho da Lagoa do Cauípe, uma das joias da região.

O cenário é pitoresco: das areias, avista-se palmeiras e as pipas do kitesurf no horizonte. Como o vento não dá trégua, ele dá o empurrão perfeito para os esportistas colorirem o céu com seus equipamentos. Os aventureiros ficam espalhados tanto no mar quanto na lagoa, que é popular para a finalização de passeios de buggy pelas dunas do entorno.

Apesar de lindo, o mar é alvoroçado, exigindo atenção de banhistas. Por isso, prefira um banho na lagoa, de água morninha, que também tem estrutura para atividades como caiaque e stand up paddle.

No fim do dia, o Mira Beach Club, clube de praia da propriedade aberta ao público geral, promete ser um daqueles pontos gostosos para acompanhar o pôr do sol. Com deque virado para a lagoa, o espaço tem comidinhas e bebidinhas, mas o espetáculo fica por conta do show de cores do entardecer.

Comprado há cerca de 20 anos, o terreno do novo hotel faz parte de uma parcela de terras do Vila Galé à beira da praia que pode se desenvolver no futuro. No Brasil, o Ceará foi o primeiro amor do grupo no país, com a inauguração do Vila Galé Fortaleza em 2001.

Novos hotéis até 2026


Vista aérea da Praia de Cumbuco, no Ceará
Faixa de areia entre os dois hotéis da Vila Galé na Praia de Cumbuco, no Ceará • Divulgação/Vila Galé

Com capital 100% português, o grupo Vila Galé tem hoje 32 hotéis em Portugal e 11 no Brasil, além de um em Cuba e outro na Espanha. São mais de 24 mil camas, 9.800 quartos e duas vinícolas. Com presença há 24 anos em território nacional, Jorge Rebelo de Almeida, fundador do Vila Galé, aponta que o país “tem um potencial turístico tremendo”, mas que um dos gargalos é o transporte aéreo.

“O Brasil atravessa uma dificuldade que é o transporte aéreo extremamente caro”, diz. Segundo ele, é mais fácil voar da Europa para o Caribe do que para o Brasil, com a necessidade de se criar uma política de transporte aéreo.

No entanto, pelo menos outros cinco empreendimentos com investimentos milionários da linha Collection do Vila Galé estão previstos abrir até 2026, marcando uma expansão da rede no país.

Com inauguração programada para 12 de abril de 2025, o Vila Galé Collection Ouro Preto será o segundo da leva. Sob um custo de cerca de R$ 120 milhões, a rede recuperou o espaço de 1775 onde funcionou o Regimento Regular de Cavalaria de Minas, que foi uma unidade do Exército Português no Brasil.

Situada no distrito de Cachoeira do Campo, a transformação resultará em um hotel de 312 quartos, cinco piscinas aquecidas, capela, horta, lago com tirolesa e oito hectares de vinhas e de olival. De acordo com Jorge Rebelo, esse pode não ser o único hotel da rede em Minas. “Gostamos tanto de Minas Gerais que agora queremos ir para perto do Instituto Inhotim, em Brumadinho”, revela.

Para novembro de 2025, a tempo da COP 30, está confirmado o Vila Galé Collection Amazônia – Belém, que será aberto sob investimento de R$ 180 milhões, com promessa de ser um hotel de 206 quartos em três antigos armazéns do Porto Futuro II.

Em Alagoas, o Vila Galé Collection Coruripe deve abrir as portas em maio de 2026. Com R$ 200 milhões investidos, será dividido em dois: um hotel de 144 quartos e um aparthotel de 252 apartamentos com parque aquático.

Por fim, o centro histórico de São Luís, no Maranhão, também está na reta dos projetos. Serão dois hotéis na capital, o Vila Galé Collection São Luís e o Vila Galé Collection Maranhão, um com 67 acomodações e o outro com 45, que, juntos, somam R$ 105 milhões. Eles devem ocupar a antiga Defensoria Pública e a Casa do Maranhão.

No Nordeste, o paradisíaco litoral norte da Bahia também não escapa: há conversas e planos para um hotel em Mangue Seco, na divisa com Sergipe.

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