Embrapa quer saber como está adoção de plantas de cobertura por produtores rurais brasileiros

Embrapa quer saber como está adoção de plantas de cobertura por produtores rurais brasileiros
Publicado em 31/10/2024 às 13:51

A Embrapa está realizando uma pesquisa de opinião sobre uso de plantas de cobertura pelos produtores rurais brasileiros. O objetivo é avaliar a adoção dessa prática no país, entender os critérios usados para tomada de decisão sobre sua adoção e o nível de conhecimento dos agricultores sobre seus benefícios e identificar as dificuldades em seu uso.

Essas informações ajudarão a orientar políticas públicas, novas pesquisas e ações de divulgação e transferência de tecnologia, além do desenvolvimento de práticas agrícolas que possam reduzir as dificuldades de manejo nos sistemas de produção em todo o país.

A pesquisa de opinião é uma das atividades do projeto “Redução da dependência de fertilizantes por meio do uso de leguminosas como plantas de cobertura em sistemas de integração lavoura e pecuária”. Segundo o líder do projeto, o pesquisador da Embrapa Cerrados, Marcelo Ayres, a iniciativa faz parte do Programa Fertilize for Life, em parceria com o Agricultural Research Service (ARS/USDA) e a Universidade da Flórida, com financiamento do USDA Foreign Agricultural Service (USDA/FAS). O USDA realiza pesquisa semelhante em nível nacional há mais de dez anos com os produtores rurais dos Estados Unidos, com atualizações anuais.

Estratégia de divulgação

A pesquisa é realizada por meio de formulário on-line e está sendo distribuída com o apoio das Unidades da Embrapa que atuam com plantas de cobertura e/ou no bioma Cerrado, além de empresas, associações e instituições parcerias que atuam diretamente com o setor produtivo, que estão sendo convidadas para apoiar na divulgação da pesquisa, como é o caso da Rede ILPF, Unipasto, Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Federação da Agricultura e Pecuária do estado de Mato Grosso (Famato), Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), além de empresas privadas e grupos empresariais do agronegócio.

“Outras instituições estão sendo contatadas para nos fornecer esse apoio. Pensamos em envolver diversos atores, já que essas informações serão de grande valia para entendermos o cenário que temos no Brasil”, conta Ayres. O público-alvo são prioritariamente produtores rurais e gerentes agrícolas, que lidam diretamente com a tecnologia. Algumas questões também são apresentadas aos consultores técnicos, representantes de sistema público de assistência e extensão rural, técnicos de empresas privadas relacionadas à agropecuária e representantes de universidade e ensino.

O questionário é composto por perguntas fechadas e as questões estão divididas nos blocos identificação, caracterização da propriedade, caracterização das tecnologias utilizadas, manejo das plantas de cobertura na propriedade, visão sobre o uso e informações sobre plantas de cobertura. “Além de quantificar a área com uso dessa tecnologia pelo produtor rural brasileiro, a pesquisa vai nos indicar como o produtor percebe as vantagens do uso das plantas de cobertura e os gargalos para a sua expansão, pontos importantes para o avanço das pesquisas científicas”, explica o pesquisador.

O participante precisará de, no máximo, dez minutos para responder a pesquisa. Quem tiver interesse em participar, clique aqui para acessar o questionário.

As opiniões são confidenciais e as respostas coletadas serão utilizadas de forma agrupada, assegurando o sigilo dos respondentes.

Benefícios do uso de plantas de cobertura

É critica a necessidade de se encontrar alternativas para substituir os fertilizantes sintéticos utilizados na agricultura brasileira e que afetam a produção nacional devido as constantes variações de preços, à competição global por esses recursos limitados e a dependência nacional de importações desses insumos.

O uso de plantas de cobertura é uma prática de manejo que pode substituir ou complementar o uso de fertilizantes nitrogenados sintéticos, se a opção for por leguminosas, além de promover a ciclagem de outros elementos minerais no solo, aumentando a eficiência de uso dos fertilizantes em geral.

Essa tecnologia se insere em uma estratégia mais ampla para alcançar a sustentabilidade e resiliência dos sistemas agrícolas nacionais, uma das prioridades do Governo Federal para colaborar com a adaptação às mudanças climáticas e o controle de gases de efeito estufa, promovendo ganhos de eficiência nas cadeias produtivas agropecuárias do Brasil. Embora seu uso traga muitos benefícios para os sistemas de produção, sua adoção ainda é limitada.

Entre as plantas de cobertura mais usadas no Brasil estão as gramíneas, que podem ser utilizados para pastejo, como é caso das braquiárias, crotalária, aveia, amendoim-forrageiro e estilosantes, e as leguminosas que contribuem para a fixação de nitrogênio no solo. Elas podem ser usadas em rotação de culturas ou semeadas entre as linhas do cultivo principal.

Essas plantas atuam na proteção do solo, evitando erosão, e ainda ajudam a suprimir plantas invasoras, reduzem pragas e doenças do solo, atraem insetos polinizadores e melhoram a microbiota do solo. “Ao entendermos quais são os fatores que estimulam a adoção das plantas de cobertura por parte dos produtores rurais, bem como os entraves para a disseminação da tecnologia, poderemos orientar os programas de melhoramento genético para o desenvolvimento de cultivares que atendam essa demanda e principalmente subsidiar as ações de transferência de tecnologia, para que cheguem a um maior número de propriedades rurais no Brasil”, informa o pesquisador da Embrapa Cerrados.

Por Assessoria Embrapa.

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