Conheça o Mariotozzo: doce que é febre na Itália e que conquista fãs em São Paulo
Um pão doce macio, levemente adocicado, recheado com uma generosa porção de chantilly fresco. Essa é a composição clássica de um item que virou uma verdadeira febre nos cafés de Roma, na Itália: o Mariotozzo.
Seja acompanhado de um capuccino pela manhã ou por um cafezinho no fim da tarde, ele já faz parte do dia a dia do romano e, aos poucos, tem aterrizado em outras vitrines pelo mundo. No Brasil, sua presença ainda é tímida, mas já é possível experimentá-lo sem precisar pegar um avião até outro continente.
Marcio Shihomatsu, o idealizador do restaurante Shihoma, em São Paulo — que conquistou os paulistanos com suas massas artesanais — tratou de estudar bem a receita do doce.
Ele fez uma imersão no país e, visitando casas históricas, como Regoli; Roscioli Caffè e Caffè Manfredi, trouxe na mala a ideia de colocá-lo no cardápio de sua segunda casa, o Shihoma Deli, que abriu as portas em abril deste ano também na capital paulista.
“A receita da Deli leva uma massa de brioche, criada pelo nosso padeiro Pedro Giroto, que é leve e macia, e é recheada, na hora, com creme de leite batido, para garantir uma sobremesa delicada e leve. Para seguir o protocolo da tradição romana, recomendamos acompanhar com um cappuccino, combinação que ainda cria um contraste bem interessante com o amanteigado do doce”, explica o chef Joey Lim, à frente da cozinha e também sócio da delicatessen.
Um doce com história
Engana-se, porém, quem pensa que o Mariotozzo foi criado pelos romanos recentemente. Muito pelo contrário: sua receita é antiquíssima, mas andava esquecida na Itália.
O termo vem do italiano ‘marito’ (marido traduzido ao português). Diz a lenda que ele era um doce associado ao matrimônio, já que era um presente do noivo para a amada no início do relacionamento ou quando a relação se tornava um compromisso sério.
Trata-se de pãozinho fofo, semelhante à massa de um brioche. Após assado, ele é cortado ao meio e recheado com panna, uma espécie de chantilly leve – usado na Itália em diversas receitas. Existem variações regionais que incluem recheios como creme de confeiteiro, sorvete, entre outras.
O retorno às vitrines
Nos últimos anos, a receita voltou à tona por conta de um movimento encabeçado por ícones da gastronomia local, como o Roscioli, uma das famílias mais tradicionais da restauração da capital italiana. A iguaria passou a ser presença certa em suas vitrines matinais, e, ganhou até versões salgadas como a de mortadela e stracciatella, para aperitivo.
O fato é que: uma vez em Roma, você encontrará facilmente o item. Ele está presente desde estabelecimentos mais simples ao de grandes chefs, e passou a invadir as redes sociais de turistas do mundo inteiro.
Por aqui, o doce tem tudo para ser mais uma febre gastronômica, tal como a carbonara, a amatriciana, e o cacio e pepe, delícias italianas já “íntimas” dos brasileiros. Que tal sair na frente e já experimentá-lo?
Shihoma Deli: Rua Harmonia, 161 – Vila Madalena – São Paulo -SP / Tel.: (11) 9 7560-0188/Horário de funcionamento: terça-feira a sexta, das 11h às 19h; aos sábados, das 10h às 18h. Fechado aos domingos e segundas.