Aviões comerciais das viagens mais longas do mundo passam por reforma de R$ 4,7 bilhões
Quem comprar passagem para o voo comercial mais longo do mundo poderá, em breve, aproveitar uma experiência de viagem mais luxuosa. A Singapore Airlines (SIA) — eleita a segunda melhor companhia aérea do mundo em 2024 pela Skytrax — anunciou um programa de reforma de cabines no valor de 1,1 bilhão de dólares de Singapura (cerca de R$ 4,7 bilhões) para modernizar os interiores de seus 41 Airbus A350-900.
Como parte dessa atualização, a companhia incluirá assentos de primeira classe em sete aviões A350-900ULR, que atualmente oferecem apenas classes executiva e econômica premium.
Poucos detalhes foram divulgados sobre as novas cabines, mas já se sabe que os sete A350-900ULR terão quatro assentos de primeira classe, 70 assentos na executiva e 58 assentos na econômica premium.
O termo ULR significa “Ultra Long Range” (ultragrande alcance), e o nome faz jus à proposta. A Singapore Airlines usa esses sete aviões para rotas entre os Estados Unidos e Singapura, incluindo o voo comercial mais longo do mundo, que liga o Aeroporto Changi ao Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, em um trajeto que leva de 18 a 19 horas e percorre mais de 15.000 quilômetros.
“Projetadas para atender às expectativas de viajantes cada vez mais exigentes, essas novas poltronas de primeira classe prometem oferecer uma experiência inigualável a bordo,” afirmou a companhia em comunicado.
Já as outras 34 aeronaves A350-900 de longo curso da SIA terão 42 assentos na classe executiva, 24 na econômica premium e 192 na econômica.
A previsão é que o primeiro A350-900 de longo curso com cabines reformadas entre em operação no segundo trimestre de 2026, enquanto a versão A350-900ULR renovada será lançada no primeiro trimestre de 2027. A companhia afirma que os novos designs de assentos também estarão presentes nos futuros Boeing 777-9.
“Nos últimos seis anos, trabalhamos lado a lado com nossos clientes e parceiros para desenvolver a próxima geração de cabines de longo curso, visando antecipar suas preferências e expectativas até nos mínimos detalhes,” declarou Goh Choon Phong, CEO da SIA.
“Os novos designs de assentos nas classes executiva e primeira classe terão elementos cuidadosamente pensados para elevar o conforto, a sofisticação e a modernidade, permitindo que nossos passageiros descansem ou trabalhem tranquilamente a bordo. Os passageiros das classes econômica premium e econômica também podem esperar por interiores de cabine renovados, que tornarão a experiência de viagem ainda mais agradável.”
Por ora, quem deseja aproveitar as opções mais luxuosas da SIA pode reservar um assento de primeira classe em um de seus Boeing 777 ou uma “suíte” privativa em um Airbus A380.
Um novo “voo mais longo do mundo”
Apesar de a SIA operar atualmente o voo comercial mais longo do mundo, a Qantas está se preparando para assumir essa posição.
A companhia australiana vem desenvolvendo o “Project Sunrise”, que deve ser lançado em 2026 e inclui voos de Sydney para Londres e Nova York, operados por Airbus A350-1000 configurados especialmente para viagens de até 20 horas.
Anunciado em 2017, o Project Sunrise se inspirou nos voos secretos e arriscados realizados durante a Segunda Guerra Mundial, que ligavam Perth a Londres via Sri Lanka e duravam tanto tempo que os pilotos testemunhavam dois nasceres do sol.
Em 2019, a Qantas realizou três voos experimentais para coletar dados e apresentar à Autoridade de Segurança da Aviação Civil da Austrália, que precisava de comprovações sobre a viabilidade de voos tão longos para pilotos, tripulação e passageiros.
Nesses voos, os pilotos usaram monitores de ondas cerebrais e tiveram amostras de urina coletadas para medir os níveis de melatonina antes e depois da viagem.
Os passageiros usaram dispositivos de monitoramento para que cientistas pudessem estudar os efeitos de fatores como luz, alimentação, movimento, padrões de sono e entretenimento sobre a saúde, o bem-estar e o relógio biológico.