Estocolmo: programas culturais para descobrir a capital da Suécia
Capital e maior cidade da Suécia, Estocolmo compreende também a maior área urbana da Escandinávia, reunindo cerca de 1 milhão de pessoas. Logo, não é surpresa que a cidade respira cultura e gastronomia de maneira ímpar, equilibrando modernidade e tradição e esbanjando beleza por suas ruas e ilhas.
Mas, além dos motivos acima, considero Estocolmo uma das cidades menos óbvias da Europa – e uma das mais fascinantes. Isso porque ela nos convida a usufruir de uma diversificada vida cultural, desde o museu do ABBA até o Vasa, que abriga um navio de guerra de 1628, e ainda nos prova ser uma capital gastronômica com seus restaurantes – sejam eles estrelados ou em funcionamento desde 1722.
Fundada no século 13, a cidade se estende por 14 ilhas e soma 57 pontes. “Um terço é água, um terço é constituído de parques e áreas verdes e um terço é voltado para moradias e ruas”, conta Anneli Cedermark, guia de turismo local. Assim, Estocolmo foi o destino escolhido após minhas andanças em Copenhague, capital da Dinamarca, país vizinho à Suécia, para a 7ª temporada do CNN Viagem & Gastronomia.
Deixarei a interessantíssima cena gastronômica local para uma outra coluna, e, abaixo, compartilho dicas que podem responder a boa e velha pergunta: o que fazer em Estocolmo?
Raio-X de Estocolmo
- População: cerca de 1 milhão;
- Como chegar: não há voos diretos do Brasil, é preciso fazer conexão em alguma cidade europeia. Há dois aeroportos principais: Arlanda, hub internacional a 42 km da cidade, e o Bromma, com voos domésticos e regionais a 8 km da cidade;
- Visto: brasileiros a turismo não precisam de visto para estadias de até 90 dias;
- Língua oficial: sueco, mas o inglês é amplamente falado;
- Moeda oficial: coroa sueca (SEK); grande parte dos estabelecimentos é “cash free”, aceitando cartões de crédito e débito;
- Quando ir: a alta temporada vai de junho a agosto; as temperaturas são amenas e há menos visitantes em abril, maio, setembro e outubro; já de novembro a março a cidade se transforma com o inverno, com dias mais curtos e gelados.
- Como se locomover: a cidade é propícia para ser percorrida a pé e de bike, mas é bem servida de transporte público, incluindo metrô, bonde, ônibus, ferry e trem suburbano. Um bilhete é válido por 75 minutos e sai por 42 SEK (R$ 23) ou 26 SEK (R$ 14) para idosos, estudantes e pessoas até os 20 anos; também há bilhetes de 24 horas, 72 horas, 7 dias e 30 dias.
- O que não deixar de ver: Gamla Stan, o centro velho; ilha Djurgården, onde ficam os principais museus; a prefeitura Stadshuset; Skansen, mais antigo museu a céu aberto do mundo.
O que fazer em Estocolmo?
Cada cantinho de Estocolmo nos oferece uma experiência diferente, desde as ruas de paralelepípedo do centrinho antigo até os incríveis museus da ilha de Djurgården.
Os distritos também valem a pena ser percorridos: Södermalm, por exemplo, tem pegada moderninha com seus cafés, bares e boutiques e reserva uma unidade do Fotografiska, uma meca para os amantes da fotografia contemporânea; Norrmalm é o coração da cidade com as estações centrais de transporte público; já Östermalm reúne lojas e restaurantes sofisticados e agito cultural.
Entre uma descoberta e outra, não se esqueça de arrumar um tempinho para a fika, pausa para o café bem tradicional entre os locais. O termo vai além e resume-se a um hábito importante da cultura sueca que compreende o ato de desacelerar e de socializar.
Em resumo, Estocolmo tem atrações para todos os gostos, mas, como em todo lugar, vale vir de cabeça aberta e se jogar em novas oportunidades. Confira algumas das melhores atrações de Estocolmo:
- Gamla Stan, o centrinho velho
Um dos primeiros passeios a se fazer na cidade é “perder-se” em Gamla Stan, o centro antigo de Estocolmo. A área bem preservada é marcada por edifícios coloridos dos séculos 16 e 17 e conta com várias atrações, cafés, restaurantes e lojinhas.
Por aqui, não deixe de conferir o Palácio Real, o Kungliga slotten, residência oficial da família real da Suécia construída a partir do século 17. É uma mistura de residência, local de trabalho e espaço histórico-cultural com mais de 600 cômodos e três museus. As entradas saem entre 180 e 200 coroas (R$ 97 e R$ 108) para adultos e entre 90 e 100 (R$ 48 e R$ 54) para crianças entre 7 a 17 anos.
Por aqui também fica o Museu do Prêmio Nobel, o Nobelmuseet, lar de exposições, objetos doados e visitas guiadas em torno dos campos do Prêmio Nobel – as entradas para adultos saem 140 coroas (R$ 75) e menores de 18 anos não pagam. O museu fica na Stortorget, mais antiga praça da cidade e importante ponto no centro antigo.
- Catedral de Estocolmo
Outra atração de Gamla Stan é a Catedral de São Nicolau de Estocolmo, entre o Palácio Real e a Stortorget. Seus primórdios datam dos tempos medievais, mais especificamente de 1279, e desde 1527 é uma catedral luterana. A história de Estocolmo passa pela igreja, a qual exibe obras de séculos atrás, como o quadro “Vädersolstavlan”, de 1585, que se acredita ser a mais antiga representação de Estocolmo, e a cobiçada escultura “São Jorge e o Dragão”, de 1489, feita de carvalho e pelos de cavalo.
Coroações de reis e rainhas eram feitas aqui – ainda é possível ver seus assentos especiais, usados uma vez ao ano na abertura do Parlamento. E uma curiosidade: quem lidera o local atualmente é uma sacerdotisa. A entrada sai por 100 coroas (R$ 54) e menores de 18 anos não pagam.
Além de sede do poder local, a Stadshuset – Conselho Municipal de Estocolmo é uma parada obrigatória não só por sua imponente construção, com uma torre de 106 metros, mas também pela sua importância. Aqui ocorre o jantar anual para todos os angariados do Prêmio Nobel.
No interior, o salão de baile é majestoso, com mosaico composto por mais de 18 milhões de peças e 10 kg de ouro. “O arquiteto Ragnar Östberg adorava a renascença italiana, então o interior tem uma espécie de piazza. Em cima temos o maior órgão dos países nórdicos”, diz a guia Anneli Cedermark. No cantinho da piazza, na parede, o olhar mais atento vê uma figura de Alfred Nobel, mentor do prêmio.
As visitas são guiadas, com explicações em sueco e inglês, mediante dias e horários específicos – adultos pagam 150 coroas suecas, cerca de R$ 80, e crianças entre 7 e 18 anos pagam 60 coroas (R$ 32). Mais informações aqui.
O Vasa é uma das atrações culturais mais importantes da Suécia. “Faz parte da história marítima da Europa. Numa época em que a guerra era feita no mar, tinha que ter navios grandes, imponentes”, diz Mariana Rivato, guia do museu, sobre a peça mais monumental do pedaço: o Vasa, navio de guerra do século 17 inteiramente preservado.
Ele foi construído por ordem de um rei megalomaníaco, que foi adicionando inúmeros detalhes no navio. Para se ter uma ideia, ele tinha mais mais de 60 canhões, 500 esculturas, 69 metros de comprimento e 11 metros de largura, com peso de 12 toneladas.
Ele entrou para a história em 1628, quando afundou logo em sua primeira viagem 20 minutos após deixar o porto, sendo encontrado apenas 333 anos depois – foram anos tratando sua madeira e hoje mais de 98% da estrutura original está preservada. Aberto todos os dias, a entrada custa 220 coroas suecas (R$ 118) e menores de 18 anos não pagam.
Um dos grupos musicais mais populares da história tem um museu para chamar de seu em Estocolmo, já que o quarteto tem origem na própria capital da Suécia. O ABBA The Museum exibe objetos originais e réplicas que ajudam a narrar a trajetória do grupo, com roupas usadas nos palcos, móveis originais, fotos, cartas de fãs, filmagens de shows e entrevistas – tudo embalado por músicas do ABBA em um ambiente interativo.
Além dos objetos e cenários, podemos vestir fantasias digitais, testar nossos conhecimentos e nos tornar até o “quinto” integrante em um karaokê. As entradas individuais saem entre 239 e 299 coroas suecas para adultos (entre R$ 130 e R$ 163) e entre 100 e 120 para crianças entre 7 e 15 anos (entre R$ 54 e R$ 65).
Mais antigo museu a céu aberto do mundo, Skansen foi inaugurado em 1891 e reúne música, dança e antigos ambientes nórdicos para preservar vários dos traços históricos da Suécia. Também na ilha de Djurgården, onde fica o Vasa e o museu do ABBA, o Skansen tem 150 edifícios históricos que nos dão um gostinho de como os suecos viviam antigamente.
É possível adentrar casinhas de séculos passados, ver como o pão sueco é feito, e ainda conferir concertos e exposições, principalmente durante o verão. Várias são as tradições suecas comemoradas ali, como o festival de Solstício de Verão e a Noite de Santa Valburga.
Aberto todos os dias, o local ainda abrange o zoológico de Estocolmo, um zoológico infantil e dois aquários internos, o Aquário de Skansen e o Centro de Ciências do Mar Báltico. As entradas saem entre 200 e 265 coroas (entre R$ 108 e R$ 143) para adultos.
Vale destacar que a ilha Djurgården é conhecida como a “ilha dos museus” e também tem seu leque de atrações endereços como o Museu Viking, o Museu Nacional de Ciência e Tecnologia, o Museu Nórdico, o parque temático Gröna Lund e o parque urbano Royal National City Park, entre outros.
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