O que se sabe até agora sobre Operação Timóteo: Contratos assinados somaram mais de R$ 10 milhões para aluguel de máquinas
A Polícia Federal (PF) está investigando possíveis fraudes em licitações realizadas durante a gestão do ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse. A operação, autorizada pela 4ª Vara Federal Criminal do Tocantins, apura irregularidades em contratos que somam mais de R$ 10 milhões, relacionados ao aluguel de máquinas pesadas e fornecimento de combustíveis. A suspeita é de que serviços pagos não foram executados integralmente, resultando em prejuízos aos cofres públicos.
Nesta segunda-feira, 26, cerca de 100 agentes federais cumpriram 30 mandados de busca e apreensão em Palmas, Gurupi e Dianópolis. Um dos locais visitados foi a residência de Mauro Carlesse, onde um Camaro azul foi apreendido. No entanto, a PF não confirmou se o veículo pertence ao ex-governador. Além dos mandados de busca, outras medidas cautelares foram aplicadas.
De acordo com a investigação, as licitações suspeitas ocorreram dentro da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto) e na extinta Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação do Estado. A Controladoria Geral da União (CGU) identificou fortes indícios de direcionamento no processo licitatório, incluindo a adoção de pregão presencial sem justificativa, falta de estudos técnicos e propostas com valores muito próximos.
Os contratos, que deveriam atender sete residências rodoviárias da Ageto, foram aditivados quatro vezes, estendendo sua vigência até julho de 2021. No entanto, a PF afirma que aparentemente nada foi executado conforme o previsto.
Ex-Governador em foco
Mauro Carlesse assumiu o governo do Tocantins em março de 2018, após a cassação do então governador Marcelo Miranda. Ele foi eleito em junho de 2018 e reeleito em outubro do mesmo ano, permanecendo no cargo até outubro de 2021, quando foi afastado por suspeita de corrupção e, posteriormente, renunciou antes da votação de seu impeachment.
Em nota, Carlesse declarou que não teve acesso à decisão judicial que resultou na operação, mas afirmou que a licitação sob investigação foi iniciada na gestão de Marcelo Miranda. O governo do Tocantins também emitiu um comunicado, informando que está colaborando com as investigações da PF.