Pedras de vesícula de boi podem valer três vezes mais que ouro; entenda por que

Pedras de vesícula de boi podem valer três vezes mais que ouro; entenda por que
Publicado em 23/08/2024 às 13:03

Não é ouro e nem diamante, mas as pedras de vesícula de boi podem valer milhões. Também conhecida como pedra de fel ou pedra de boi, o cálculo renal bovino movimenta cerca de R$ 1,5 bilhão por ano, valendo até três vez mais que a grama de ouro ou R$ 1 milhão o quilo.

Tamanho valor agregado se deve à oferta do produto que é baixa e também pelo seu uso na medicina tradicional chinesa para tratamento de convulsões, desmaios, febre, além de doenças hepáticas, ansiedade e insônia, sendo um dos ingredientes de diversos medicamentos.

Homem é preso suspeito de furtar pedra de vesícula de boi em frigorífico que trabalhava.
Homem é preso suspeito de furtar pedra de vesícula de boi em frigorífico que trabalhava. Foto: Divulgação
Furtos e roubos com as pedras de vesícula de boi

No Brasil há um sistema totalmente regularizado para exportar os cálculos de vesícula, mas com a possibilidade de altos ganhos, criminosos furtam e roubam o item para comercializar no mercado negro. O funcionário de um frigorífico foi preso nesta segunda-feira (12), suspeito de furtar uma ‘pedra de boi’, no município de Mineiros, extremo sudoeste de Goiás.

De acordo com a Polícia Militar (PM), a pedra pesa cerca de 250 gramas e foi avaliada em R$ 130 mil. O suspeito fazia parte da área de abate do estabelecimento e o supervisor de segurança e o chefe do setor flagraram o furto por câmeras de segurança. Após uma vistoria, a pedra foi encontrada escondida na cueca do suspeito. O funcionário foi levado à delegacia e preso em flagrante.

Pedra de vesícula de boi vale três vezes mais que ouro no mercado asiático.
Pedra de vesícula de boi vale três vezes mais que ouro no mercado asiático. Foto: Reprodução
Produção

A pedra é formada dentro da vesícula do boi, resultado do acúmulo de sais na vesícula de alguns animais ruminantes, quando o fígado está desequilibrado e não funciona bem. Segundo especialistas, isso está ligado à alimentação de rebanhos em regiões com pastagens plantadas em solos com elementos alcalinos.

É mais comum de ser encontrada em animais mais velhos, podendo ter alteração de tamanho, formato, apresentando um cor alaranjada. Importante destacar que a presença do cálculo renal bovino não afeta a qualidade da carne para consumo.

Mercado regulamentado

As ‘pedras de boi’ são colhidas durante o abate nos frigoríficos e vendidas a cerca de R$ 300 a grama no mercado brasileiro. Fazendo as contas, um quilo custa R$ 300 mil. De acordo com pesquisadores, para produzir 1 quilo de cálculo biliar bovino, 200 mil cabeças de gado precisam ser abatidas, já que nem todos os animais possuem cálculo.

O Brasil é um dos maiores produtores do mundo das pedras de vesícula de boi, sendo Estados Unidos e China os principais compradores dos frigoríficos; além de outros países asiáticos como Coreia do Sul e Japão.

Por Janaina Honorato.

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