Fretes rodoviários podem subir até 20% no escoamento da primeira safra no Brasil

Fretes rodoviários podem subir até 20% no escoamento da primeira safra no Brasil
Publicado em 14/01/2025 às 11:25

O pós colheita no Brasil deverá ser bastante complexo nesta temporada 2024/25 diante de uma safra recorde de grãos, especialmente a de soja. As estimativas vêm variando de 165 a 170 milhões de toneladas – mesmo com adversidades climáticas que se registram em alguns pontos do país – os trabalhos de colheita deverão se concentrar e se chocar com uma estrutura logística ainda muito estrangulada. E desta forma, as despesas logísticas deverão ser mais elevadas neste ano. 

“Nossas projeções aqui da Esalq-Log, do Sifreca, indicam um aumento de 15% a 20% no preço de frete do escoamento desta primeira safra se comparadas às do primeiro ciclo do ano passado, primeiramente por conta do aumento da safra”, explica Fernando Bastiani, pesquisador da instituição. “Além do maior volume, devemos ter uma colheita mais concentrada e uma disputa maior por frete para trazer o caminhão para suas regiões, para suas atividades de colheita”. 

Bastiani destaca ainda o impacto da falta de capacidade estática de armazenagem no Brasil nos preços dos fretes. “A gente não conseguindo armazenar na época de colheita gera um impacto para o fluxo final de transporte. Do mesmo modo, o futuro dos preços do diesel – com tendência de que voltem a subir – também devendo impactar nos custos com transporte. 

“Essa é, obviamente, uma preocupação. O 2024 foi um ano de, praticamente, preços flat dos combustíveis no Brasil, praticamente inalterados olhanod as médias da ANP. Mas, olhando para o cenário do mercado cambial e internacional dos preços com pressão, isso já vem mostrando sinais de alerta. Minha percepção é de que neste ano ainda, breve, devemos ter um reajuste de preços na refinaria por parte Petrobras. Assim, a tendência é de que, com este cenário, os preços internos possam ter um reajuste de 5% a 10%, o que gera um aumento de custos para o transporte. E o combustível chega a representar de 40% a 50% no custo de um caminhão”, detalha o pesquisador. 

Como exemplo, a rota Sorriso-Itaituba, no Arco Norte, tem como referência de até R$ 305,00 a R$ 310,00 por tonelada, contra algo entre R$ 240,00 e R$ 250,00 no mesmo período da safra passada. E o pico dos fretes, na análise da Esalq-LOG, deve ser dar entre a segunda quinzena de fevereiro e primeira de março, com a concentração mais intensa dos trabalhos de colheita. 

Por Carla Mendes/Notícias Agrícolas.

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